Luciano de Siqueira Freitas (2005) Efeitos da salinidade sobre ovos, larvas e juvenis do linguado Paralichthys orbignyanus

Efeitos da salinidade sobre ovos, larvas e juvenis do linguado Paralichthys orbignyanus

Autor: Luciano de Siqueira Freitas (Currículo Lattes)
Orientador: Dr Luís André Nassr de Sampaio

Resumo

O objetivo desse trabalho foi avaliar os efeitos da salinidade sobre a fertilização artificial e o cultivo de larvas e juvenis do linguado Paralichthys orbignyanus. Foi avaliada a influência da salinidade (10, 15, 25 e 35) sobre a fertilização artificial dos óvulos. Na salinidade 10, não houve fertilização, mas a partir da salinidade 15, as taxas de fertilização foram diretamente proporcionais à salinidade, sendo iguais a 15, 40 e 75% nas salinidades 15, 25 e 35, respectivamente. Apesar de ter ocorrido fertilização nestas três salinidades, a eclosão das larvas ocorreu somente na salinidade 35. Foi avaliada a resistência de larvas (6 e 16 dias de idade) e de juvenis (30, 45 e 60 dias de idade) de linguado à água doce. Nenhuma larva com 6 dias de idade sobreviveu à água doce, sendo que a sobrevivência das larvas com 16 dias de idade foi de 93%. Nenhuma mortalidade de juvenis foi observada durante este experimento. O efeito de diferentes salinidades (5, 10, 20 e 30) sobre a sobrevivência, o crescimento e o tempo de assentamento de larvas de linguado foi avaliado. Nenhuma larva sobreviveu à salinidade 5, mas a partir da salinidade 10, a sobrevivência aumentou proporcionalmente com o aumento de salinidade. Na salinidade 10 foi detectado um menor crescimento (P<0,05) em relação às salinidades 20 e 30, que foram semelhantes entre si (P>0,05). A salinidade não afetou o tempo de assentamento dos indivíduos, pois todos iniciaram o processo de assentamento 23 dias após a eclosão e este processo foi concluído 30 dias após a eclosão em todas as salinidades. A sobrevivência e o crescimento de juvenis cultivados nas salinidades 0, 5, 10 e 30 foram estudados. A salinidade não afetou a sobrevivência dos juvenis (P>0,05), entretanto o crescimento dos juvenis cultivados na salinidade 10 foi significativamente maior (P<0,05) do que os demais, enquanto que os cultivados em água doce apresentaram o menor crescimento (P<0,05). Os resultados obtidos indicam que a dependência do linguado por salinidades elevadas é inversamente proporcional à sua idade, sendo necessária água oceânica (salinidade 35) para sua reprodução e água salobra (salinidade 20) para sua larvicultura, enquanto que seusalevinos podem até ser cultivados em água doce, sem prejuízo para sua sobrevivência, apesar do crescimento ser maior em água de salinidade 10.

TEXTO COMPLETO