Diana Wischral Mutti (2007) Enriquecimento de Artemia com ácidos graxos altamente insaturados na larvicultura de Farfantepenaeus paulensis e desempenho nas fases posteriores de cultivo

Enriquecimento de Artemia com ácidos graxos altamente insaturados na larvicultura de Farfantepenaeus paulensis e desempenho nas fases posteriores de cultivo

Autor: Diana Wischral Mutti (Currículo Lattes)
Orientador: Dr Ronaldo Cavalli

Resumo

Grupos de larvas do camarão-rosa Farfantepenaeus paulensis foram alimentadas do estádio de mísis I até oito dias após a metamorfose (PL8) com duas dietas diferentes: tratamento enriquecido (TE), no qual as larvas receberam metanáuplios de Artemia enriquecidos com uma emulsão rica em ácidos graxos altamente insaturados (n-3 HUFA), e tratamento controle (TC), onde as larvas foram alimentadas com náuplios recém eclodidos de Artemia. As larvas foram criadas na densidade de 67/L em dois tanques de 180L. As PL8 foram submetidas a testes de tolerância à salinidade e amônia total (N-AT). Ao final da larvicultura, pós-larvas com 18 dias (PL18) foram estocadas na densidade de 300 PL/m² em gaiolas (1m2 de fundo e malha de 1,5mm) instaladas no estuário da Lagoa dos Patos, RS, onde foram criadas durante 30 dias. As PL8 alimentadas com Artemia enriquecida apresentaram tolerância significativamente maior à salinidade e a amônia total. As salinidades letais para 50% da população durante 24 horas (SL50 24h) foram estimadas em 18,93‰ e 20,53‰ para TE e TC, respectivamente, enquanto que as concentrações letais de amônia total para 50% da população durante 24 horas (LC50 24 h) em TE e TC foram 32,6 e 30,0 mg/L N-AT, respectivamente. O peso das PL18 do tratamento TE foi significativamente maior do que as do controle. A análise de ácidos graxos indicou níveis significativamente mais altos de n-3 HUFA, especialmente dos ácidos graxos eicosapentaenóico (EPA) e docosahexaenóico (DHA), na Artemia enriquecida (TE). Por sua vez, níveis mais elevados de ácidos graxos altamente insaturados das séries n-6 e n-3 foram observados nas pós-larvas (PL) do TE, enquanto que as PL do TC apresentaram níveis mais altos dos ácidos linolênico (18:3n-3) e estearidônico (18:4n-3). Embora ao final do berçário não tenham sido detectadas diferenças significativas entre as sobrevivências, o peso final foi significativamente superior no TE (TC = 0,896g e TE = 1,082g). Os resultados demonstram que o fornecimento de n-3 HUFA durante a fase de larvicultura aumenta a tolerância de pós-larvas de F. paulensis à salinidade e à amônia e ainda afeta positivamente o crescimento. A diferença de peso observada no final da fase de larvicultura manteve-se ao longo do cultivo nas gaiolas. Recomenda-se, portanto, o fornecimento de n-3 HUFA durante a larvicultura, através do enriquecimento de Artemia, como forma de produzir pós-larvas com maior tolerância ao estresse e maior tamanho.

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