Maria Angelica dos Reis Garrido Perreira (2011) Efeitos do uso do probiótico Bacillus spp. sobre larvas do bijupirá (Rachycentron canadum) criadas em sistema de recirculação de água

Efeitos do uso do probiótico Bacillus spp. sobre larvas do bijupirá (Rachycentron canadum) criadas em sistema de recirculação de água

Autor: Maria Angelica dos Reis Garrido Perreira (Currículo Lattes)
Orientador: Dr Luís André Nassr de Sampaio
Co-orientador: Dr Michael Schwarz

Resumo

O bijupirá (Rachycentron canadum) é um peixe marinho que apresenta bom potencial para seu cultivo. Muitas pesquisas demonstram os efeitos benéficos do probiótico Bacillus spp. na aquicultura, porém não há estudos sobre os efeitos de probióticos em sistemas de recirculação de água (SRA). Este trabalho analisa os efeitos do probiótico Bacillus spp. na performance de larvas de bijupirá criadas em SRA. O experimento foi realizado na Universidade Virginia Tech (EUA). As larvas foram estocadas em dois SRA independentes entre si - tratamento probiótico (TP) e tratamento controle (TC) - na densidade de 15 larvas/L, durante 26 dias após a eclosão. Um dos sistemas (TP) recebeu a adição de probiótico comercial composto por B. subtilis, B. licheniformis e B. pumilus diretamente na água e via alimento vivo, conforme o fabricante. As análises de microbiologia e qualidade de água foram feitas diariamente por medição de parâmetros físico e químicos e plaqueamento em meio de cultura para contagem de Bacillus totais e Vibrio totais. Ao final do experimento foram realizados biometria e contagem total dos animais, teste de resistência ao estresse salino e fixação de larvas para imunohistoquímica do timo para avaliar a expressão dos complexos multirreceptores de antígenos CD3 e CD4 de linfócitos T e morfometria do rim cefálico. A sobrevivência foi similar e de 14,9±2,4% e 15,1±0,9% para TP e TC respectivamente. O peso final foi de 170±10 mg para TP e 160±10 mg TC, não havendo diferença estatística entre os tratamentos. Na microbiologia da água não foram encontradas diferenças significativas entre os tratamentos na contagem de víbrios totais (TP: 3.366±522 UFC/mL; TC: 4.964±902 UFC/mL). Na contagem de Bacillus totais os tratamentos diferiram estatisticamente, sendo maior a concentração no TP pela adição dos Bacillus spp. (901±88 UFC/mL e 61±24 UFC/mL). O teste de estresse por salinidade demonstrou uma maior resistência ao estresse salino pelas larvas do tratamento probiótico. A análise imunohistoquímica mostrou uma maior expressão de CD4 no timo em PT (TP: 43,7 ± 6,16% CD4 células/mm2; TC: 25,4 ± 3,5% CD4 células/mm2), o que pode indicar uma melhor resposta imune contra patógenos. A análise morfométrica do rim cefálico indica que este órgão é maior no TP (TP: 0,97 ± 0,33 milímetros; TC: 0,69 ± 0,22 milímetros), provavelmente devido a um aumento na quantidade de linfócitos B. Estes resultados indicam que o probiótico utilizado em um sistema de recirculação de água é efetivo quanto à imunoestimulação e aumenta a resistência ao estresse salino.

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