Paola Milena Pereira Cardona (2013) Estresse em juvenis de garoupa Epinephelus marginatus (Lowe, 1834) transportados em diferentes densidades de estocagem

Estresse em juvenis de garoupa Epinephelus marginatus (Lowe, 1834) transportados em diferentes densidades de estocagem

Autor: Paola Milena Pereira Cardona (Currículo Lattes)
Orientador: Dr Ricardo Berteaux Robaldo
Co-orientador: Dr Luís André Nassr de Sampaio

Resumo

A saúde e o bem-estar dos peixes são afetados negativamente durante o transporte, as respostas ao estresse são espécie-específica, assim este estudo objetivou avaliar a resposta ao estresse ao transporte de juvenis de garoupa Epinephelus marginatus em diferentes densidades de estocagem, através de marcadores hematológicos. Para isso, após 24h de jejum, juvenis de garoupas foram transportados em 27 sacos plásticos por 8h a 28, 45 e 64g/L. Na chegada, foram transferidos para 18 tanques (300L) de  recuperação onde foram mantidos por 24h. Amostras de água foram coletadas antes e após o transporte e foi analisado oxigênio dissolvido, temperatura, pH, alcalinidade e  dióxido de carbono. Coletas de sangue (n=9) foram realizadas antes da embalagem  (pré-transporte), e em cada densidade de estocagem, na chegada (0h), 2 e 24h após o  transporte (3 peixes/repetição). O sangue foi analisada no analisador clinico i-Stat para mesura dos níveis de glicose, pressão parcial de O2 (pO2), pressão parcial de CO2 (pCO2), pH no sangue e bicarbonato (HCO3-). O cortisol plasmático foi analisado pelo método de electroquimioluminescência. Além disso, extensões sanguíneas foram preparadas para contagem diferencial dos leucócitos e relação de neutrófilos a linfócitos (N/L). Os níveis de pH e oxigênio dissolvido na água diminuíram  gradualmente, enquanto as concentrações de CO2 aumentaram com o aumento das  densidades de estocagem. As pCO2, pH, e HCO3- apresentaram aumentaram nos peixes  de todos os tratamentos, quando comparados com os valores pré-transporte. A glicemia foi elevada apenas na maior densidade de transporte. O cortisol plasmático e a pO2 não  foram influenciados pelo aumento na densidade de transporte. O transporte teve um  efeito marcante na proporção de leucócitos evidenciado nos peixes amostrados em  todos os tratamentos ao termino do transporte, que mostrou mudanças tanto na  proporção de leucócitos (linfopenia e neutrofilia) como na relação N/L. A linfopenia perdurou até 2h após o transporte, nas maiores densidades testadas. O perfil  leucocitário é uma técnica barata e rápida, que demonstrou ser sensível e eficaz para o  acompanhamento da resposta de estresse nesta espécie. Tanto o restabelecimento dos parâmetros hematológicos, em 2h e sua estabilização em 24h de recuperação pós- transporte, quanto o fato de não ter ocorrido mortalidade evidenciam a tolerância da  espécie á metodologia de transporte empregada. Portanto como a rentabilidade dos vii sistemas de transporte de peixes vivos está fundamentada em altas densidades de  estocagem, sugere-se que a densidade de 64g/L seja a ideal para o transporte de juvenis  de garoupas em sistema fechado por até 8h.

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