Janaína dos Santos Pedron (2013) Avaliação do estresse no transporte de juvenis de bijupirá Rachycentron canadum

Avaliação do estresse no transporte de juvenis de bijupirá Rachycentron canadum

Autor: Janaína dos Santos Pedron (Currículo Lattes)
Orientador: Dr Luís André Nassr de Sampaio

Resumo

O presente estudo avaliou o uso do anestésico benzocaína e a resposta do estresse no transporte de juvenis de bijupirá Rachycentron canadum. Para determinação de concentração ótima, os peixes (9,4 g) foram expostos a 30, 50 e 70 mg L-1 de benzocaína. Para avaliar parâmetros sanguíneos e de estresse oxidativo, os peixes (16 g) foram expostos às mesmas concentrações anteriores. Para 30 mg L-1 de benzocaína, os peixes excederam 10 min para alcançar o último estágio de anestesia, sendo que para 50 e 70 mg L-1 este tempo foi de até 3 min. Para recuperação, os peixes expostos entre 30 e 50 mg L-1 retornaram em até 3 min, enquanto aqueles expostos a 70 mg L-1 excederam  10 min. Para proteína carbonil e TBARS, os maiores valores foram encontrados no fígado, onde a concentração de 30 mg L-1 apresentou os maiores níveis (P<0,05) para  proteína carbonil e 50 e 70 mg L-1 apresentaram os maiores níveis (P<0,05) para TBARS. Ainda no tecido hepático, foram encontrados simultaneamente os maiores e os menores valores (P<0,05) de GST e GSH, respectivamente. Também foram realizados  dois experimentos de transporte (8 h). Os peixes foram embalados em sacos de  polietileno e acondicionados em caixas de isopor. No primeiro experimento, foram  avaliados duas concentrações de benzocaína (2 e 6 mg L-1) e um tratamento isento de  anestésico. Para avaliação dos parâmetros hematológicos, foram coletadas amostras de sangue dos peixes (30,9 g) antes do transporte (controle), 0, 2, 24 e 48 h após o  transporte. No segundo experimento, os peixes (37,5 g) foram embalados nas  densidades de 10, 20 e 30 g L-1 e os parâmetros hematológicos foram medidos  anteriormente ao transporte (controle), 0, 2 e 24 h depois do transporte. Para ambos os  experimentos, foram coletadas amostras de água para medição do pH e concentrações  de oxigênio dissolvido, amônia e CO2. Não foi observada mortalidade no experimento  com adição de benzocaína. No tempo 0 h, a glicemia foi maior para 6 mg L-1 (P<0,05)  de benzocaína, embora em 48 h já tenha retornado a valores similares ao controle. Foi  observada mortalidade de 39,5% dos peixes na densidade de 30 g L-1. A concentração  de CO2 foi significativamente maior (P<0,05) na densidade de 30 g L-1. A glicemia na  densidade de 30 g L-1 foi maior (P<0,05) que nos outros tratamentos, retornando a  valores próximos ao controle apenas para 20 e 30 g L-1 depois de 24 h. Os resultados sugerem que para juvenis de bijupirá: i) a concentração ideal de benzocaína para sua anestesia é de 50 mg L-1; ii) não há vantagem no uso de benzocaína em seu transporte; e  iii) não devem ser transportados por 8 h em densidades maiores que 20 g L-1.

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