Claudio Abdon Alvarez Verde (2014) Efeito da intensidade luminosa sobre o crescimento de juvenis do linguado Paralichthys orbignyanus (Valenciennes, 1839)

Efeito da intensidade luminosa sobre o crescimento de juvenis do linguado Paralichthys orbignyanus (Valenciennes, 1839)

Autor: Claudio Abdon Alvarez Verde  (Currículo Lattes)
Orientador: Dr Marcelo Hideo Okamoto
Co-orientador: Dr Luís André Nassr de Sampaio

Resumo

Muitos peixes são predadores visuais e necessitam de um ambiente com uma intensidade luminosa mínima para o seu desenvolvimento e crescimento. Por outro lado, uma luz muito intensa pode ser estressante ou mesmo letal. O objetivo do presente estudo foi avaliar o efeito da intensidade luminosa sobre o crescimento de juvenis do linguado Paralichthys orbignyanus. Juvenis de 1,55 ± 0,03 g foram aleatoriamente distribuídos em 12 tanques de 50 L (75 peixes por tanque) conectados a um sistema de recirculação de água. As intensidades luminosas testadas foram 5 (5 ± 1 lux), 180 (176 ± 6 lux), 700 (712 ± 29 lux) e 2.000 lux (1.998 ± 64 lux), com três repetições cada. Os peixes foram alimentados com ração comercial seis vezes ao dia, até se mostrarem aparentemente saciados. O experimento teve duração de 42 dias, e a cada duas semanas, 30 peixes de cada tanque foram medidos e pesados. Ao longo do experimento, a água dos tanques foi mantida com salinidade 32 ± 1, temperatura de 23 ± 1°C, oxigênio dissolvido de 6,6 ± 0,2 mg/L, pH de 7,8 ± 0,2 e amônia total de 0,3 ± 0,1 mg/L. O fotoperíodo foi mantido em 18 horas claro e 6 horas escuro. Os dados de crescimento ao longo do tempo foram analisados com ANOVA (duas vias), enquanto que a taxa de crescimento específico diário (TCE), a conversão alimentar aparente (CAA), a ingestão alimentar (IA) e a sobrevivência foram analisadas com ANOVA (uma via) com nível de significância de 95%, seguido pelo teste de Tukey, quando detectadas diferenças significativas. Ao final do experimento, os juvenis criados sob 5 e 180 lux atingiram 10,1 ± 0,3 e 9,44 ± 0,3 g, respectivamente, pesos superiores aos criados sob 700 lux (8,45 ± 0,3 g) e 2.000 lux (8,44 ± 0,3 g) (P<0,05). A TCE foi maior em 5 lux (4,6 ± 0,2%) quando comparada com 700 lux (4,0 ± 0,1%) e 2.000 lux (4,0 ± 0,1%) (P<0,05), enquanto a obtida em 180 lux (4,3 ± 0,1%) não diferiu de nenhum tratamento (P>0,05). Não foi observada diferença significativa (P>0,05) na CAA nas diferentes intensidades luminosas, variando de 1,04 ± 0,02 a 1,19 ± 0,03. A IA variou entre 1,53 ± 0,04 e 1,63 ± 0,03% / dia e não diferiu significativamente (P>0,05) em nenhum tratamento. A sobrevivência foi de 100% em todas as intensidades luminosas testadas. Foi observado que o crescimento de juvenis do linguado é afetado pela intensidade luminosa, e de acordo com os resultados obtidos nesse trabalho, sua criação deve ser realizada entre 5 e 180 lux.

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