Lídia Sousa Monteiro (2020) Utilização do farelo de arroz com e sem fermentação na produção do rotífero Brachionus plicatilis

Utilização do farelo de arroz com e sem fermentação na produção do rotífero Brachionus plicatilis

Autor: Lídia Sousa Monteiro (Currículo Lattes)
Orientador: Dr Marcelo Borges Tesser

Resumo

O rotífero Brachionus plicatilis, é utilizado como primeiro alimento para uma grande variedade de espécies de peixes durante seus primeiros estágios de desenvolvimento. Os rotíferos são filtradores não seletivos o que facilita a sua alimentação podendo fornecer uma elevada diversidade de dietas, entre as quais, microalgas, leveduras, e os alimentos inertes. Os alimentos mais comuns utilizados para a alimentação dos rotíferos (microalgas e leveduras), apresentam problemas associados ao custo de produção (microalgas) e as leveduras que não possuem qualidade nutricional adequada. Por outro lado, o farelo de arroz e o farelo de arroz fermentado apresentam grande abundância, baixo custo, grande qualidade nutricional e componentes antioxidantes. Assim o objetivo do presente trabalho foi examinar a utilização do farelo de arroz integral e fermentado como fonte alimentar para a produção de rotíferos, Brachionus plicatilis. O estudo baseou-se em três experimentos, onde o primeiro experimento comparou o efeito de diferentes concentrações de farelo de arroz integral na taxa de crescimento do rotífero, sendo testados 4 tratamentos, com três repetições cada: 1) Controle (0,7 g levedura/1,0 x 106 rotíferos); 2) 0,5 g farelo integral/1,0 x 106 rotíferos); 3) 1 g farelo integral/ 1,0 x 106 rotíferos; 4) 1,5 g farelo integral/1,0 x 106 rotíferos. O segundo experimento, comparou o efeito de diferentes concentrações de farelo de arroz fermentado na taxa de crescimento do rotífero, onde testaram-se 4 tratamentos, com três repetições cada: 1) Controle (0,7 g levedura/1,0 x 106 rotíferos); 2) 0,5 g farelo fermentado/1,0 x 106 rotíferos); 3) 1 g farelo fermentado/ 1,0 x 106 rotíferos; 4) 1,5 g farelo fermentado/1,0 x 106 rotíferos. O terceiro experimento, comparou o efeito das melhores concentrações de farelo de arroz integral e fermentado, bem como a substituição de parte da levedura por estes farelos na taxa de crescimento populacional, qualidade de água e atividades antioxidantes dos rotíferos. Foram testados 5 tratamentos, com três repetições cada: 1) Controle (0,7 g levedura/ 1,0 x 106 rotíferos); 2) 1,5 g farelo integral/1,0 x 106 rotíferos); 3) 1,5 g farelo fermentado/ 1,0 x 106 rotíferos; 4) 0,35g levedura + 0,75g farelo integral /1,0 x 106 rotíferos; 5) 0,35g levedura + 0,75g farelo fermentado/1,0 x 106 rotíferos. Para cada tratamento foram inoculados em tanques de 2L a quantidade de 400.000 rotíferos ou 200 rotíferos/ml. Ao final do 3o dia de criação, os rotíferos foram lavados, determinado o crescimento populacional, e iniciado o cultivo novamente. Além dos parâmetros de crescimento, foram analisados os parâmetros de estresse oxidativo e qualidade da água. Os dados foram analisados por meio da ANOVA. Para tanto, foram previamente observados os pressupostos de normalidade e homogeneidade de variâncias por meio dos testes de Shapiro-Wilk e Levene, respetivamente. Quando a ANOVA resultou significativo, as médias foram contrastadas por meio de teste de Newman-Keuls. Todos os testes foram realizados no nível 5%. Os resultados dos experimentos mostraram que os rotíferos dos tratamentos com 0,7g levedura, 1,5g farelo fermentado, 0,35g levedura com 0,75g farelo integral e 0,35g levedura com 0,75g farelo fermentado obtiveram maior crescimento entre os tratamentos não diferindo entre si. O farelo de arroz integral e fermentado melhoraram a qualidade ambiental no cultivo, através da absorção da amônia da água. Não foi observada melhoria na resposta antioxidante dos rotíferos alimentados com farelo de arroz fermentado. O presente estudo demonstra que pode ser utilizado 1,5g farelo fermentado e substituição de 50% de levedura pelo farelo fermentado ou integral para alimentar rotíferos.

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