Ricardo Vieira Rodrigues (2009) Efeito agudo e avaliação histopatológica de larvas do peixe-rei marinho Odontesthes argentinensis expostas à fração solúvel do petróleo, diesel e gasolina em água

Efeito agudo e avaliação histopatológica de larvas do peixe-rei marinho Odontesthes argentinensis expostas à fração solúvel do petróleo, diesel e gasolina em água

Autor: Ricardo Vieira Rodrigues (Currículo Lattes)
Orientador: Dr Luís André Nassr de Sampaio
Co-orientador: Dr Kleber Campos Miranda-Filho

Resumo

Os hidrocarbonetos de petróleo são considerados um dos principais poluentes dos meios hídricos. No entanto, são escassos os estudos referentes a toxicidade destes compostos sobre os estádios iniciais de desenvolvimento em peixes nativos do Brasil. O objetivo deste trabalho foi avaliar a concentração letal mediana (CL50-96h) e os efeitos histopatológicos da fração solúvel (FSA) do petróleo, do diesel e da gasolina em água, sobre larvas do peixe-rei marinho Odontesthes argentinensis. Para a realização dos testes toxicológicos agudos foram utilizadas as seguintes concentrações: petróleo brasileiro (5%, 10%, 25%, 50%, 75%, e 100% de FSA), diesel (1%, 2%, 4%, 8%, 16%, 32%, e 64% de FSA) e gasolina (1%, 2,5%, 5%, 10%, e 20% de FSA), mais a adição do controle para cada poluente. Todos os tratamentos foram realizados com três repetições e com 30 larvas. Após a realização dos testes de toxicidade (96 h), três larvas de cada concentração foram coletadas para estudo histológico. A FSA do petróleo apresentou uma CL50-96h igual a 70,68% (65,73–76,01), enquanto o diesel e a gasolina apresentaram os valores de CL50-96h de 13,46% (10,19-17,79) e 5,48% (4,85-6,20), respectivamente. A avaliação histológica das larvas de O. argentinesis expostas a FSA do petróleo, diesel e gasolina mostrou lesões nas brânquias, pseudobrânquias, esôfago e fígado. As brânquias, pseudobrânquias e o esôfago apresentaram hiperplasia em seus epitélios, enquanto o fígado apresentou dilatação do sinusóide hepático, hepatocitomegalia, binucleação e degeneração nuclear dos hepatócitos, assim como núcleos picnóticos. O presente trabalho demonstrou que o diesel e a gasolina são pelo menos cinco vezes mais tóxicos que o petróleo brasileiro, no entanto, todos os poluentes induziram a moderadas lesões histopatológicas nas larvas de O. argentinensis.

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