Matheus Vieira Volcan (2009) Crescimento e fecundidade do peixe anual Austrolebias nigrofasciatus (Cyprinodontiformes: Rivulidae) sob condições de laboratório

Crescimento e fecundidade do peixe anual Austrolebias nigrofasciatus (Cyprinodontiformes: Rivulidae) sob condições de laboratório

Autor: Matheus Vieira Volcan (Currículo Lattes)
Orientador: Dr Ricardo Berteaux Robaldo
Co-orientador: Dr Luís André Nassr de Sampaio

Resumo

O peixe anual Austrolebias nigrofasciatus é uma espécie endêmica do sistema lagunar Patos-Mirim, no Sul do Brasil, onde se encontra ameaçado de extinção. Os efeitos da temperatura sobre o crescimento e reprodução de A. nigrofasciatus foram estudados em cativeiro. Experimento 1 – crescimento: Ovos fertilizados naturalmente, estocados em laboratório em ambiente úmido, foram expostos a água e dentro de 12h eclodiram. O comprimento padrão médio dos peixes recém eclodidos foi 4,67±0,25mm. Os juvenis foram mantidos a 16 e 22°C por oito semanas e o crescimento foi mais rápido na temperatura mais elevada durante as primeiras semanas, mas tão logo tenham iniciado as desovas (quatro semanas após a eclosão), a taxa de crescimento foi reduzida e ao final de oito semanas eles mediam 23,68±3,73 e 22,68±5,36 mm (p>0,05), respectivamente em 16 e 22°C. Fêmeas mantidas a 22°C alcançaram 23,00±2,83mm e foram significativamente maiores (p<0,05) do que aquelas mantidas em 16°C (17,91±2,47 mm). A primeira desova na temperatura reduzida foi observada somente na oitava semana após a eclosão. Não foi observada diferença significativa no crescimento para os machos. O sexo de A. nigrofasciatus parece ser determinado pela temperatura, houve uma maior proporção de machos (1:0,6) a 16°C do que a 22°C (1:1,1). Experimento 2 – reprodução: Doze casais foram coletados no ambiente e distribuídos em 12 aquários, mantidos a 17, 21 e 25°C (quatro replicas para cada temperatura) e acompanhados por cinco semanas. A média da fecundidade semanal foi de 30±15; 32±10 e 38±19 para 17, 21 e 25°C, respectivamente, sem apresentar diferença significativa entre os tratamentos. Ao término do experimento, a fecundidade semanal acumulada também não diferiu entre os tratamentos e apresentou média de 150±49, 159±3 e 190±56 para 17, 21 e 25°C, respectivamente. Ao término do estudo, o crescimento dos machos não foi influenciado pela temperatura (p>0,05), entretanto fêmeas mantidas a 17 e 21°C foram significativamente maiores que aquelas mantidas a 25°C. O fator de condição também foi reduzido na temperatura mais alta sugerindo que os reprodutores de A. nigrofasciatus devem ser mantidos em temperatura reduzida para o sucesso reprodutivo.

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