Emeline Pereira Gusmão (2009) Efeitos histopatológicos da exposição crônica de larvas do peixe-rei marinho Odontesthes argentinensis à fração solúvel do petróleo em água (FSA)

Efeitos histopatológicos da exposição crônica de larvas do peixe-rei marinho Odontesthes argentinensis à fração solúvel do petróleo em água (FSA)

Autor: Emeline Pereira Gusmão (Currículo Lattes)
Orientador: Dr Kleber Campos Miranda-Filho

Resumo

Durante décadas o petróleo tem sido a principal fonte de energia para a humanidade e tem figurado como um dos principais poluentes encontrados em recursos aquáticos. Registros de derramamento de petróleo na região sul do Brasil são escassos, porém existem riscos devido à atividade de portos e indústrias relacionadas ao petróleo. O peixe-rei marinho Odontesthes argentinensis está distribuído desde São Paulo até o sul da Argentina, onde é um importante recurso pesqueiro e vem sendo considerado para aqüicultura. A toxicidade aguda e crônica da fração solúvel em água (FSA) do petróleo foi avaliada sobre o crescimento e efeitos histopatológicos em larvas de O. argentinensis. Larvas de 17 dias foram expostas às concentrações de 5%, 10%, 20%, 40%, 60% e 100% da FSA, somado ao grupo controle, por 96 h em experimento agudo. A concentração letal mediana (CL50) foi estimada em 55% da FSA e o nível de segurança em 5,5% da FSA. O teste de toxicidade crônica foi conduzido com larvas recém-eclodidas foram expostas a concentrações subletais (2,5%, 5%, 10% e 20% da FSA), mais o controle sem adição da FSA de petróleo (todos com três repetições) em sistema semi-estático por 21 dias. A sobrevivência e o crescimento das larvas expostas a 20% da FSA foram significativamente menores que as outras concentrações. Alterações histopatológicas foram encontradas nas brânquias (hemorragia, telangiectasia lamelar, necrose, hipertrofia e hiperplasia), no fígado (basofilia, hipertrofia, cariorrese, cariopicnose) e nos rins (alterações nucleares e alargamento dos glomérulos). As larvas de peixe-rei podem sofrer danos que indicam a severidade de uma possível exposição à FSA do petróleo. O biomarcador histopatológico se mostrou bastante sensível em relação à exposição aguda e crônica de O. argentinensis ao petróleo.

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