Jessica Carolina Teske (2016) Transporte de juvenis de linguado Paralichthys orbignyanus (Valenciennes, 1839): efeitos da exposição prolongada ao ar

Transporte de juvenis de linguado Paralichthys orbignyanus (Valenciennes, 1839): efeitos da exposição prolongada ao ar

Autor: Jessica Carolina Teske (Currículo Lattes)
Orientador: Dr Luís André Nassr de Sampaio

Resumo

As alterações nos parâmetros físico-químicos da água durante o transporte de peixes vivos, e os altos custos relacionados a essa atividade, tornam importante o estudo para  aprimorar e desenvolver novas tecnologias de transporte. O presente trabalho estudou a possibilidade de transportar juvenis de linguado Paralichthys orbignyanus sem água ou a “seco” de forma simulada, avaliando respostas secundárias do estresse e a sobrevivência. Os peixes (26 ± 2 cm; 227 ± 37 g) foram mantidos em jejum por 24 h e  em seguida submetidos à redução da temperatura da água de 23 °C para 10 °C (1 °C/h), quando então, foram embalados para o transporte: com água (TA) e a seco (TS). O  transporte teve duração de 10 h e a temperatura foi mantida a 10 °C. Foram realizadas coletas de sangue para avaliar as respostas secundárias do estresse; no fígado, músculo e brânquias foram avaliados o dano oxidativo lipídico (TBARS) e capacidade antioxidante total contra radicais peroxil (ACAP). Os juvenis foram amostrados nos tempos 0 h, 1 h e 24 h após o transporte. A sobrevivência foi de 100% nos dois tratamentos. Apenas peixes do tratamento TS aumentaram a glicemia logo após o transporte, enquanto as concentrações de lactato e hematócrito não diferiram entre os tratamentos após o transporte e durante a recuperação. A osmolalidade e a concentração  de Cl- em TS foram maiores logo após o transporte e 1 h após a chegada em relação ao  TA. A concentração de K+ foi menor em TA ao fim do transporte, enquanto a concentração de Na+ foi reduzida em TA ao longo de 24 h. Após 24 h, não foi observada diferença em nenhum parâmetro entre os tratamentos. A competência antioxidante no fígado apresentou um aumento transitório após 1 h do transporte em TA, porém em ambos os tratamentos não houve diferenças na ACAP em 24 h. As brânquias tiveram oscilações pontuais na ACAP, enquanto o músculo manteve os valores de ACAP inalterados ao longo do experimento. No entanto, não foi observado dano oxidativo lipídico em nenhum tecido em ambos os transportes. Os resultados  indicam que é viável o transporte de linguado sem água por até 10 h e o transporte em água na densidade de 68 g/L, visto que não houve mortalidade. Em adição, o transporte a seco pode representar uma redução de até três vezes no custo do transporte de peixes vivos.

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