Mario Davi Dias Carneiro (2015) Efeitos da salinidade sobre juvenis do peixe-palhaço Amphiprion ocellaris variedade Black criado em água marinha artificial

Efeitos da salinidade sobre juvenis do peixe-palhaço Amphiprion ocellaris variedade Black criado em água marinha artificial

Autor: Mario Davi Dias Carneiro (Currículo Lattes)
Orientador: Dr Luís André Nassr de Sampaio
Co-orientador: Dr Ricardo Vieira Rodrigues

Resumo

O peixe-palhaço Amphiprion ocellaris é um peixe ornamental marinho. Esta é uma espécie comum na aquariofilia e sua tecnologia de produção é simples. Uma vez que a produção de espécies ornamentais requer menor volume de água do que espécies de corte, a produção de espécies ornamentais marinhas pode ser feita mais facilmente em regiões distantes do litoral, utilizando sistemas de recirculação de água (SRA) e água marinha artificial. Nos últimos anos houve uma diminuição nas exportações e aumento do valor de importações de peixes ornamentais no Brasil, isso reforça o potencial e a necessidade da criação de peixes ornamentais no país. O objetivo desse trabalho foi avaliar o desempenho, as respostas de estresse oxidativo e os custos de produção de juvenis de A. ocellaris em baixa salinidade, utilizando água salinizada artificialmente. Os juvenis foram criados por 60 dias em quatro SRA com água marinha artificial nas salinidades 5, 15, 25 e 35‰. Todos os peixes morreram na menor salinidade, mas as sobrevivências foram acima de 90% para as demais salinidades testadas. Nenhuma diferença foi encontrada para crescimento e demais parâmetros zootécnicos observados, mas o número de ionócitos aumentam à medida que se eleva a salinidade. A atividade da GST (Glutationa S-Tranferase) foi significativamente menor na salinidade 25‰, mas não foram observadas diferenças para ACAP (Capacidade total frente a um radical peroxil) e TBARS (lipoperoxidação) entre as salinidades. Os custos de produção referentes a salinização é reduzida em 57% para os peixes produzidos a 15‰ quando comparados com 35‰. Um segundo experimento avaliou a sobrevivência e as respostas de estresse oxidativo para juvenis de A. ocellaris submetidos ao choque salino. Os peixes foram transferidos de 15 para 35‰ e não foram observadas mortalidades após um período de 7 dias. TBARS e GST não foram afetados pelo choque salino, mas a ACAP aumentou 1h depois da transferência de 15 para 35‰ e continuou elevada. Os resultados deste estudo demonstram que a produção de juvenis de A. ocellaris tem menor custo na salinidade 15‰ e esta não causa problemas relacionados a sobrevivência, crescimento ou respostas de estresse oxidativo.

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