Diego Moreira de Souza (2014) Efeito da temperatura e suas implicações no sistema antioxidante e parâmetros imunológicos de camarões peneídeos

Efeito da temperatura e suas implicações no sistema antioxidante e parâmetros imunológicos de camarões peneídeos

Autor: Diego Moreira de Souza (Currículo Lattes)
Orientador: Dr Luciano de Oliveira Garcia

Resumo

A espécie exótica Litopenaeus vannamei é a mais cultivada mundialmente, enquanto que espécies de camarões nativos como o Farfantepenaeus brasiliensis já demonstraram potencial de cultivo. Fatores ambientais, como a temperatura, podem influenciar diretamente o cultivo de camarões. A temperatura da água é um dos mais importantes fatores a serem considerados na aquicultura. Mudanças na temperatura da água podem promover alterações no consumo de oxigênio e disponibilização aos tecidos, alterar a solubilidade de gases na água e alterar de forma geral o metabolismo dos organismos. No Sul do Brasil há uma ampla variação térmica ao longo do ano por isso a temperatura é um fator limitante na região. Portanto essa tese teve como objetivo avaliar o efeito da temperatura em parâmetros fisiológicos e imunológicos tanto da espécie exótica Litopenaeus vannamei quanto do camarão nativo F. brasiliensis. Foram realizados experimentos a curto e longo prazo expondo camarões da espécie L. vannamei a diferentes temperaturas e aos sistemas de cultivo em bioflocos e água clara para análise do sistema antioxidante e parâmetros imunológicos. Nesses experimentos com a espécie L. vannamei, os animais dos tratamentos com as temperaturas mais baixas 15 e 21ºC apresentaram maior atividade das enzimas antioxidantes. Essa maior atividade das enzimas é uma tentativa de neutralizar as espécies reativas de oxigênio, porém uma grande energia é necessária devido à condição de estresse, portanto menor crescimento e sobrevivência foram verificados, pois em muitos casos os animais não suportaram a condição térmica a que foram expostos. Foi realizado um experimento de simulação de transporte com o camarão-rosa Farfatepenaeus brasiliensis em diferentes temperaturas para avaliar a influencia da temperatura no sistema antioxidante durante o transporte. Os resultados apontaram que a melhor temperatura foi a de 19.3ºC, pois com a temperatura reduzida, aumenta a solubilidade de oxigênio e reduz o metabolismo dos animais o que pode resultar em uma menor produção de espécies reativas de oxigênio. Nessa condição os animais apresentaram uma melhor atividade de enzimas antioxidantes demonstrando um melhor estado fisiológico para suportar o transporte. Portanto a temperatura recomendada para o transporte de F. brasiliensis foi de 19.3ºC enquanto que com relação à espécie L. vannamei recomenda-se o cultivo no sistema de bioflocos na temperatura de 27ºC nos quais os animais apresentaram melhor estado fisiológico.

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