Marta da Costa Klosterhoff (2017) Diagnósticos de doenças não infecciosas em Rachycentron canadum e Paralichthys orbignyanus criados em cativeiro

Diagnósticos de doenças não infecciosas em Rachycentron canadum e Paralichthys orbignyanus criados em cativeiro

Autor: Marta da Costa Klosterhoff (Currículo Lattes)
Orientador: Dr Luis Alberto Romano
Co-orientador: Dr Luís André Nassr de Sampaio

Resumo

Estudos histopatológicos são ferramentas de grande importância para análises de tecidos normais e patológicos. As causas mais frequentes de erros de diagnóstico são a fixação inadequada do tecido e a má qualidade do material histológico. Além disso, ocorre certa escassez de estudos onde se avaliam alterações “post mortem” em peixes. Diante da necessidade de conhecimento sobre as principais alterações “post mortem” que ocorrem até o momento da fixação, este trabalho busca demonstrar as principais alterações em tecidos de linguado após diferentes tempos de fixação. Concluiu-se que o tempo ideal para a coleta de material biológico para análise histológica não deve ultrapassar uma hora após a morte. Os peixes podem desenvolver doenças não infecciosas, do tipo metabólica, neoplásica e nutricional, como encontradas nas espécies em estudo, o Rachycentron canadum e Paralichthys orbignyanus. Através deste estudo foi possível descrever o diagnóstico de três doenças não infecciosas, dentre elas a nefrocalcinose e presença de pedras nos rins em bijupirás. Macroscopicamente foi observado um aumento do tamanho do rim, com presença de várias estruturas litiásicas agrupadas no parênquima renal. Diante dos fatores que podem contribuir para a ocorrência da doença em ambientes de criação, não foi possível apontar a real causa do surgimento das lesões nos peixes, tornando necessária a investigação com pesquisas sobre os fatores predisponentes. Foi relatada, dentro do grupo de doenças não infecciosas, uma neoplasia hematopoiética em bijupirá, classificada como linfoma renal tipo B, demonstrado por células neoplásicas expressas pelo receptor CD20 não expressando receptores para o tipo linfoma T (CD4 e CD3). Outro relato de neoplasia, descrito como hemangioma esclerosante em linguado, as amostras de tumor foram coletadas para análise histopatológica. Em análise macroscópica, foi observada uma lesão de aspecto congestivo, de superfície irregular e consistência rígida, localizada na região maxilar, apresentando escoriações e focos hemorrágicos, podendo estar ligadas à traumatismos por choques com as paredes e fundo do tanque. Em cortes histológicos, foram observados focos hemorrágicos, além de acúmulo de tecido fibroso circundando as estruturas vasculares, entre outras alterações. A etiologia desta neoplasia é desconhecida, mas o fato do animal ter permanecido por muitos anos em um sistema de criação, pode ter contribuído para o surgimento deste tipo de lesão, além do fator mecânico.

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