Felipe Kuroski (2023) A temperatura influencia o crescimento e respostas de estresse oxidativo em juvenis de miragaia (Pogonias courbina)

A temperatura influencia o crescimento e respostas de estresse oxidativo em juvenis de miragaia (Pogonias courbina)

Autor: Felipe Kuroski (Currículo Lattes)
Orientador: Dr Luís André Nassr de Sampaio

Resumo

A temperatura tem forte influência sobre o metabolismo de peixes e nas atividades de produção aquícola. Para entender como esse parâmetro afeta o desempenho, sobrevivência e respostas ao estresse oxidativo de juvenis da miragaia Pogonias courbina, 450 indivíduos (0,58 ± 0,19 g) foram criados durante 25 dias em triplicata a: 23, 26 e 29°C, em tanques circulares de 300 L acoplados a sistemas de recirculação de água. Durante o experimento, os peixes foram alimentados quatro vezes ao dia, com dieta formulada contendo 55% de proteína bruta e 13% de lipídios. Os parâmetros de crescimento da miragaia melhoraram significativamente à medida que a temperatura foi aumentada. O peso final foi maior a 29°C, onde os peixes atingiram 8,94 ± 0,56 g, sendo 2,9 vezes maior que o peso final dos peixes criados em 23°C. A taxa de crescimento específico dos peixes mantidos em 29°C foi igual a 10,94 ± 0,25%/dia, resultado significativamente maior do que em qualquer outra temperatura testada. A temperatura também influenciou o consumo total de ração e a conversão alimentar aparente, uma vez que os peixes criados a 26 e 29°C ingeriram maiores quantidades de ração e tiveram melhor conversão alimentar aparente. As temperaturas testadas não afetaram a sobrevivência dos peixes, as quais ficaram acima de 98% em todos os tratamentos. Em relação às respostas sobre os parâmetros de estresse oxidativo no músculo, brânquia e fígado, a exposição a menor temperatura (23°C) levou os peixes a uma maior peroxidação lipídica (LPO) em todos os tecidos testados. Além disso, a exposição a 23°C desencadeou uma regulação positiva da capacidade antioxidante total contra radicais peroxil (ACAP) nas brânquias e no fígado se comparada a 29°C. Os tióis proteicos dos peixes (P-SH) foram maiores no fígado dos indivíduos mantidos a 29 °C do que a 23°C. O melhor desempenho dos peixes mantidos a 29°C pode estar relacionado ao aumento do consumo total de ração, aliado à melhor conversão alimentar aparente, juntamente com menor dano lipídico e proteico, além de menor investimento em capacidade antioxidante. Com base nos resultados obtidos, concluímos que dentre as temperaturas testadas, 29°C é a melhor temperatura para a produção de juvenis de P. courbina, pois promove melhor taxa de crescimento, conversão alimentar e menor dano oxidativo.

 

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