Chaelen Ortiz (2023) Uso da quitosana como alternativa para amenizar os efeitos da exposição aos microplásticos no camarão Penaeus vannamei)

Uso da quitosana como alternativa para amenizar os efeitos da exposição aos microplásticos no camarão Penaeus vannameiAutor: Chaelen Ortiz (Currículo Lattes)
Orientador: Dra. Juliane Ventura Lima

 

Resumo

Microplásticos (MP) são partículas com tamanho inferior a 5 mm. Dentre os efeitos, destaca-se o estresse oxidativo evidenciado por modulação do sistema antioxidante e danos oxidativos às macromoléculas. Alguns estudos mostram que a aquacultura é uma das práticas que estão mais sujeitas à exposição aos MP, portanto, estudar alternativas que visem minimizar/evitar os efeitos da exposição aos MP são de grande importância. Neste contexto, o uso de antioxidantes que sejam acessíveis e de baixo custo pode contribuir para diminuir os efeitos dos MP sobre os organismos de cultivo. A quitosana é um antioxidante obtido principalmente a partir da quitina presente na carapaça dos crustáceos, e é considerada rejeito para essa indústria de processamento, apesar de apresentar diversas propriedades, entre elas a capacidade antioxidante e imunoestimulante. O objetivo do estudo foi avaliar os efeitos toxicológicos da exposição aos MP no P. vannamei e se a inclusão da quitosana na dieta poderia minimizar ou evitar os efeitos que possam ser induzidos pela exposição aos MP em diferentes tecidos do camarão. Durante 30 dias, camarões receberam ração suplementada com quitosana (1 e 3 mg/Kg de ração, Q1 e Q3, respectivamente) e após este período os animais foram divididos em grupos onde foram expostos aos MP, do tipo poliestireno (PS), tamanho (1,0 µm) e concentração de 0,5 mg/L durante sete dias. Ao final do experimento, os camarões foram eutanasiados para a coleta do hepatopâncreas, brânquias e músculo para posteriores análises como atividades da catalase (CAT), superóxido dismutase (SOD) e glutationa S-transferase (GST), níveis de glutationa reduzida (GSH) e peroxidação lipídica (TBARS), além das análises histológicas e de acumulação. Os resultados mostraram que os MP induziram aumento na atividade da SOD, indicando um aumento da geração de radical ânion superóxido e diminuição da atividade da CAT, reduzindo desta forma a capacidade de lidar com H2O2, e a suplementação com quitosana (Q3) mostrou reverter estes resultados. Os níveis de GSH foram reduzidos em músculo e hepatopâncreas após exposição aos MP e a (Q1) reverteu esta redução. Em hepatopâncreas também foi observado danos lipídicos e a Q1 mostrou reverter estes danos. Os MP causaram danos estruturais e acúmulo nos diferentes tecidos do camarão. Os resultados mostram que a exposição aos MP pode induzir alterações no estado redox dos tecidos e que a suplementação com quitosana pode atenuar estes efeitos podendo ser uma estratégia de quimioprevenção na aquacultura.