Efeitos da salinidade sobre parâmetros de ionorregulatórios e reservas energéticas em juvenis de miragaia Pogonias courbinaAutor: Rodrigo Ribeiro Bezerra de Oliveira (Currículo Lattes)
Orientador: Dr. Luís André Nassr de Sampaio
Resumo
A miragaia, Pogonias courbina, é uma espécie estuarino dependente e tolera uma grande amplitude de salinidade na natureza. Ela ocupa a costa brasileira do Rio de Janeiro até Rio Grande do Sul, alcançando também o litoral do Uruguai, até o norte da Argentina. Trata-se de uma espécie com uma sobrecarga pesqueira, o que a torna parte da lista de espécies ameaçadas de extinção. É importante conhecer os efeitos da salinidade sobre peixes estuarinos, especialmente aqueles com potencial para aquacultura e repovoamento, como é o caso da miragaia. Esse estudo tem como objetivo analisar o efeito da salinidade sobre: i) a composição iônica do plasma sanguíneo: sódio, cloreto, potássio e cálcio; ii) e as reservas energéticas: proteína, lipídio e glicogênio do músculo e fígado de juvenis de miragaia. Os juvenis de P. courbina (82 ± 12 g) utilizados neste estudo foram provenientes de desova natural de reprodutores mantidos no Laboratório de Piscicultura Estuarina e Marinha da FURG. Eles foram submetidos a cinco salinidades: 2, 12, 22, 32 e 42‰. O período experimental de 15 dias contou com a sobrevivência de 100% dos peixes, em todos os tratamentos. A análise da composição de proteína, lipídio e glicogênio no fígado não demostrou diferença significativa. Do mesmo modo, não houve diferença significativa no teor de proteína e lipídio no músculo, entretanto, a concentração de glicogênio no músculo foi significativamente menor na salinidade 32‰. As concentrações isoiônicas para Na+, K+, Ca2+ e Cl- foram estimadas em 222,2, 4,4, 1,7 e 139,9 mEq.L-1 equivalentes as seguintes salinidades: 12,6, 15,6, 8,1 e 13,9 ‰. Deste modo, podemos concluir que a miragaia P. courbina, é uma espécie com ampla capacidade de ionoregulação e verdadeiramente eurialina.