Vanessa Evellin Sousa Correa (2024) Estratégias de uso de bicarbonato como fonte de carbono inorgânico para o cultivo da microalga marinha Nannochloropsis oceanica

Estratégias de uso de bicarbonato como fonte de carbono inorgânico para o cultivo da microalga marinha Nannochloropsis oceanica

Autora: Vanessa Evellin Sousa Correa (Currículo Lattes)
Orientador: Dr. Fabio Roselet

 

Resumo

As microalgas possuem um elevado potencial biotecnológico devido aos compostos com atividade biológica que produzem, passíveis de diversas aplicações comerciais, como alimentação humana e animal, produção de fármacos e cosméticos, geração de biocombustíveis, além de insumos agrícolas e industriais. As microalgas são organismos fotossintéticos, necessitando de radiação luminosa, água e dióxido de carbono. Apesar de serem mais eficientes que as plantas, a sua eficiência fotossintética é baixa (∼8–10 %) pois, em condições normais de cultivo (pH > 8,1), a concentração de dióxido de carbono na água é inferior a 10%, sendo que o bicarbonato é a principal forma de carbono dissolvido (>90%). No entanto, as microalgas possuem a habilidade de converter o bicarbonato em dióxido de carbono, através da enzima anidrase carbônica. Este trabalho teve por objetivo testar três estratégias de adição de bicarbonato como fonte de carbono inorgânico para o cultivo da microalga marinha Nannochloropsis oceanica, visando melhores rendimentos de biomassa e lipídeos. As estratégias testadas foram: (1) adição no início do cultivo e sem aclimatação prévia, (2) adição no meio do cultivo e sem aclimatação prévia, e (3) adição no início do cultivo e com aclimatação prévia. As concentrações adicionadas foram 0, 1, 2 e 4 g⋅L-1, os experimentos duraram 13 dias e foram mantidos em meio f/2, em agitador orbital e sem aeração. Foi observado que a adição de bicarbonato aumentou o crescimento, conforme resultados de densidade ótica e peso seco. Também foi observado aumento na produção de lipídios, pela fluorescência usando o corante Vermelho do Nilo. Quanto à produção de pigmentos, não foi observado aumento na concentração de clorofila a. Desta forma, considera-se que as três estratégias testadas foram efetivas para o crescimento e produção de lipídeos de N. oceanica, podendo a estratégia com aclimatação prévia ser a menos representativa para obtenção de biomassa, mas também a mais interessante para geração de lipídeos. Palavras-chaves: Produtividade, Suplementação de bicarbonato, mecanismos de concentração de carbono, fotossíntese.