Wik Maik Santos Barros (2025) Influência da temperatura na larvicultura do peixe rei marinho Odontesthes argentinensis

Influência da temperatura na larvicultura do peixe rei marinho Odontesthes argentinensis  

Autor: Wik Maik Santos Barros (Currículo Lattes)
Orientador: Dr Luís André Nassr de Sampaio

Resumo

A temperatura é um dos parâmetros de qualidade de água mais importantes para a aquicultura, uma vez que afeta diretamente o metabolismo, comportamento e os processos fisiológicos dos animais, e consequentemente, o bem-estar, crescimento e até a sobrevivência. O peixe-rei marinho Odontesthes argentinensis é uma espécie que apresenta potencial para a atividade aquícola, entretanto, informações sobrea temperatura ideal para sua criação, nas fases iniciais de vida, ainda são escassas. Sendo assim, o objetivo do presente estudo foi avaliar o efeito da temperatura no desempenho zootécnico, parâmetros de estresse oxidativo e incidência de deformidades esqueléticas na larvicultura do peixe-rei marinho. Para o desenvolvimento do estudo, foram distribuídas larvas recém-eclodidas, em 15 unidades experimentais (200 larvas/UE) de 5 L e então mantidas em diferentes temperaturas: 17, 20, 23, 26 e 29 °C, em triplicata, durante 11 dias. As larvas apresentaram valores crescentes de peso (P) e comprimento total (CT) conforme o aumento da temperatura, na faixa entre 17 e 26 ℃. Entretanto, em 29 ℃ já foi demonstrado um comprometimento do crescimento, sendo os valores de P iguais estatisticamente aos encontrados para o tratamento de 20 ℃. Já o CT foi semelhante estatisticamente ao das larvas mantidas a 17 e 20 ℃. A sobrevivência não foi afetada significativamente pela temperatura. O consumo de artêmia pelas larvas apresentou uma relação linear positiva com a temperatura. Os peixes mantidos em 20, 23 e 26 ℃ apresentaram uma melhor eficiência alimentar do que em 17 e 29 ℃. A capacidade antioxidante total contra radicais peroxil (ACAP) foi menor em peixes mantidos a 29 ℃, enquanto aqueles mantidos a 17 ℃ apresentaram maior ACAP, ambos diferindo significativamente dos outros tratamentos. Não foram encontradas diferenças entre os tratamentos para os teores de tióis não proteicos (NP-SH). O conteúdo de tiol proteico (P-SH) foi significativamente maior a 23 ℃ do que a 17 e 20 ℃. Os níveis de peroxidação lipídica (LPO) quantificados pelas concentrações de substâncias reativas ao ácido tiobarbitúrico (TBARS) foram maiores em larvas a 17 ℃ em comparação a 26 e 29 ℃. A temperatura de 29 °C induziu o aparecimento de deformidades esqueléticas (escoliose, lordose e cifose) em 89,9% das larvas. Concluindo, 26 ℃ é a temperatura ideal para a larvicultura de O. argentinensis, pois essa temperatura garante o melhor desempenho de crescimento, a manutenção do equilíbrio oxidativo e o desenvolvimento normal das larvas.

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