Ana Luiza Xavier da Silveira Velloso (2004) Therodamas fluviatilis (Ergasilidae) parasita de Paralichthys orbignyanus (Paralichthyidae) : sistemática, distribuição e histopatologia

Therodamas fluviatilis (Ergasilidae) parasita de Paralichthys orbignyanus (Paralichthyidae) : sistemática, distribuição e histopatologia

Autor: Ana Luiza Xavier da Silveira Velloso (Currículo Lattes)
Orientador: Dr Joaber Pereira Junior
Co-orientador: Dr João Carlos Cousin

Resumo

O alto valor de Paralichthys orbignyanus e sua tolerância às variações dos fatores abióticos, apontam para a potencialidade de cultivo desse linguado. Isso justifica a busca de conhecimentos sobre sua fauna parasita. Brânquias de 109 P. orbignyanus do estuário da Lagoa dos Patos e costa adjacente, RS – Brasil, foram examinadas para estabelecer os índices parasitológicos de Therodamas fluviatilis, parasito dos arcos branquiais. A descrição original de T. fluviatilis, para a Argentina, é o único registro disponível. Foram realizados desenhos e medidas dos espécimes encontrados, não mostrando diferenças com a descrição original. Para determinar a distribuição do parasito na população hospedeira, os índices parasitológicos de prevalência, intensidade média de infestação e abundância média foram calculados. Os hospedeiros foram divididos por local de coleta (mar ou lagoa) e em classes de comprimento. Os índices não mostram diferenças significativas nas classes de comprimento do hospedeiro ou em função do local de coleta. Séries histológicas completas de fragmentos branquiais parasitados foram analisadas para definir a patogenicidade desse crustáceo. Os filamentos branquiais contíguos ao parasito estavam metaplásicos, com perda da função respiratória. A presença do copépode e a reação tecidual com forte infiltração linfocitária causam pressão sobre os tecidos e estrangulamento da parede da artéria branquial. O fato desse linguado tolerar baixas salinidades e conviver com várias espécies de peixes de água doce no estuário, pode explicar a presença de T. fluviatilis cujo registro original foi feito em Characidae. Este é o primeiro registro de T. fluviatilis para o Brasil e em peixe marinho e P. orbignyanus é novo hospedeiro. Esses achados reforçam a hipótese de que T. fluviatilis tenha origem marinha. Em condições de cultivo é esperado aumento na intensidade de infestação e os danos poderão ser ainda mais intensos. Portanto, mesmo que P. orbignyanus seja tolerante a variações de fatores abióticos, nessas condições, se deve atentar para a presença de T. fluviatilis, devido a sua patogenicidade.

https://argo.furg.br/?BDTD263

TEXTO COMPLETO