Juan Jethro Silva Santos (2014) Perfil imunológico do marisco branco Mesodesma mactroides (Mesodesmadidae) do litoral sul do Rio Grande do Sul

Perfil imunológico do marisco branco Mesodesma mactroides (Mesodesmadidae) do litoral sul do Rio Grande do Sul

Autor: Juan Jethro Silva Santos (Currículo Lattes)
Orientador: Dr Luis Alberto Romano

Resumo

O marisco branco Mesodesma mactroides foi historicamente um recurso pesqueiro importante no litoral extremo sul do Brasil, Uruguai e Argentina, entretanto, seus estoques atuais encontram-se dizimados devido a mortalidades massivas, sem causa definida, e a sobre-exploração, o que impossibilita a sua utilização a nível comercial. Neste contexto, o objetivo do seguinte trabalho foi compreender, através de um estudo básico, o estado do sistema imunológico da espécie em questão, em seis diferentes pontos, com diferentes exposições antrópicas (Molhes da Barra, Estação Marinha de Aquicultura-EMA, Navio Altair, Farol de Sarita, Farol do Albardão e Molhes da Barra-Chuí/RS), durante as quatro estações do ano. Os parâmetros hemato83 imunológicos selecionados para tal avaliação foram: caracterização e contagem diferencial de hemócitos, índice apoptótico e histopatologia. Na caracterização de hemócitos do marisco branco foram encontrados dos tipos, os hialinos e granulares. A contagem diferencial de hemócitos não demonstrou diferenças significativas nos organismos coletados na primavera e outono, porém no verão e inverno observaram-se diferenças significativas entre os diferentes pontos. O índice apoptótico sofreu maior variação nos Molhes da Barra, no verão, subtendendo que esses organismos se encontram mais imunodebilitados. As análises histopatológicas mostraram a ocorrência dos protozoários Trichodina sp. e dos helmintos da classe Turbellaria, porém não houve diferenças significativas nos diferentes pontos e estações. Os resultados deste trabalho demonstraram que ações antropogênicas associadas a variações ambientais (temperatura e salinidade) podem estar afetando o sistema imune do M. Mactroides, porém, mais estudos precisam ser realizados, para contribuir com um futuro manejo e a malacocultura dessa espécie.

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