Shadai Mendes Silva (2018) Inclusão do açaí (Euterpe oleracea Mart. 1824) na dieta do camarão branco do pacifico Litopenaeus vannamei (Boone, 1931) em sistema de bioflocos: efeito no desempenho zootécnico, respostas bioquímicas e coloração

Inclusão do açaí (Euterpe oleracea Mart. 1824) na dieta do camarão branco do pacifico Litopenaeus vannamei (Boone, 1931) em sistema de bioflocos: efeito no desempenho zootécnico, respostas bioquímicas e coloração

Autor: Shadai Mendes Silva (Currículo Lattes)
Orientador: Dr Jose Maria Monserrat
Co-orientador: Dr Wilson Francisco Britto Wasielesky Junior

Resumo

O camarão branco do Pacífico (Litopenaeus vannamei) tem sido a espécie de crustáceo mais cultivado no mundo, mas pode estar sujeito a fatores abióticos que promovam estresse oxidativo o que leva a considerar a importância de suplementar a dieta desta espécie com antioxidantes. O fruto Euterpe oleracea, conhecido na região amazônica como açaí, contém quantidades significativas de antioxidantes da classe de flavonoides, tais como antocianina e quercetina. Assim o objetivo do trabalho foi avaliar o desempenho zootécnico, a coloração e respostas bioquímicas do L. vannamei, alimentados com diferentes níveis de inclusão de açaí Euterpe oleracea na dieta em um sistema de cultivo de bioflocos. Foram utilizadas 16 unidades de 40 litros, com 4 repetições, contendo 20 camarões (0,9 g) por unidade. Foram avaliadas quatro dietas suplementadas com polpa de açaí liofilizado (0; 2,5; 5; e 10% de inclusão). Foi no final do experimento os parâmetros zootécnicos e coloração (na região do abdômen e cefalotórax) em camarões não cozidos e cozidos por 2 min a 70 oC, se medindo neste último caso os parâmetros L* (luminosidade), a* (componente vermelho/verde) e b* (componente amarelo/azul) com colorímetro digital. Os dados de desempenho zootécnico, coloração, teores de flavonoides e polifenóis totais e capacidade antioxidante (DPPH) foram submetidos à análise de variância modelo misto (ANOVA) e, quando houve diferenças estatísticas as médias foram contrastadas por meio do teste Newman-Keuls (α=0,05). As médias dos resultados obtidos de cada tratamento nos parâmetros físicos e químicos da água e sólidos totais não apresentaram diferenças significativas entre os tratamentos, assim como os parâmetros zootécnicos (p>0,05). Os valores dos lipídeos da carcaça dos camarões alimentados com as dietas com inclusão de açaí (2,5%, 5% e 10%), mostrou diferenças estatísticas significativas (p<0,05) comparando com o controle. Houve diferenças (p<0,05) no parâmetro L* na região do cefalotórax entre o controle e a inclusão de 10% de açaí na dieta. No do abdômen dos camarões não cozidos, também teve alterações (p<0,05) entre 2,5% e 10% da concentração de açaí na ração. Em relação a cromaticidade a* ocorreu diferença (p<0,05) apenas no abdômen tanto dos camarões cozidos, como dos não cozidos entre o controle e a inclusão de 10% de açaí na dieta. Nas análises bioquímicas o músculo não apresentou diferenças significativas na concentração de polifenois totais, polifenóis totais, flavonoides totais e na capacidade antioxidante total (DPPH) (p>0,05). No hepatopâncreas houve diferenças estatísticas, entre a inclusão de 2,5% de açaí, com valores mais elevados do a inclusão de 10% de açaí. Nas brânquias o controle juntamente com 2,5% de inclusão de açaí teve valores superiores (p<0.05) quando comparados com o tratamento com 10% de inclusão do açaí. A concentração de polifenóis no biofloco foi superior nos tratamentos com 5 e 10% de inclusão de açaí (p<0.05). Já no biofilme não houve diferenças significativas entre os tratamentos (p>0,05). Os valores de polifenóis da ração não apresentaram diferenças estatísticas entre os tratamentos (p>0,05), porém a concentração de flavonoides na ração apresentou diferenças significativa (p<0.05), entre os tratamentos, apresentando um valor superior na maior inclusão de açaí. Em relação aos flavonoides apenas as brânquias tiveram diferenças estatísticas (p <0.05) entre o controle e 2,5% de inclusão de açaí apresentaram menores valores quando comparados com os tratamentos. A concentração de flavonoides no biofloco não houve diferenças significativas (p>0,05). No biofilme ocorreram alterações (p<0.05), quando compara 2,5 % de inclusão de açaí com 10% de inclusão de açaí. A capacidade antioxidante total no biofilme também não houve alterações (p>0,05). A inclusão de 10% do açaí como substituição total do óleo de peixe, não altera o desempenho zootécnico, o que pode ser como fonte de óleo vegetal para camarão em sistemas de cultivo de bioflocos. A cromaticidade a* no abdômen do camarão na inclusão de 10% de açaí foi satisfatório, já que avaliação desta cor é atraente para o consumidor. Novas análises devem ser realizadas para avaliar o perfil lipídico e a peroxidação lipídica do músculo do camarão já que demonstraram grande teor de extrato etéreo. E fazer composição centesimal do biofilme e perfil lipídico, além ver se existe diferenças na comunidade dos microrganismos que compõe o biofilme e o biofloco nos tratamentos estudados.

TEXTO COMPLETO