Leonardo Rocha Vidal Ramos (2011) Substituição da farinha de peixe por farelo de soja em dietas para Mugil platanus: estudos sobre crescimento, composição corporal e viabilidade econômica

Substituição da farinha de peixe por farelo de soja em dietas para Mugil platanus: estudos sobre crescimento, composição corporal e viabilidade econômica

Autor: Leonardo Rocha Vidal Ramos (Currículo Lattes)
Orientador: Dr Mario Roberto Chim Figueiredo

Resumo

A farinha de peixe é um recurso cada vez mais limitante na formulação de alimentos para a aquicultura, principalmente por causa do preço, da qualidade variável e da disponibilidade no mercado. Logo, torna-se necessário estudar outras fontes de alimentos para tornar a aquicultura uma atividade mais sustentável. O objetivo deste estudo foi avaliar o farelo de soja como alternativa à farinha de peixe para juvenis da tainha Mugil platanus. O desenho experimental foi composto por 12 tanques (310L) com volume útil de 200L, com 30 juvenis cada (peso médio 0,59 ± 0,17 g, comprimento médio 30,26 ± 3,27 mm). Foram formuladas quatro rações isoprotéicas (35% PB) e isocalóricas (3.600 Kcal/kg), em triplicatas. Uma ração foi formulada sem soja e outras três com níveis de substituição crescente (0, 25%, 50% e 75%) da farinha de peixe pelo farelo de soja. O experimento teve a duração de 50 dias. Os parâmetros físicos e químicos da água (temperatura, oxigênio dissolvido, pH e salinidade) foram tomados diariamente, sempre pela manhã. A cada 10 dias foi realizada uma biometria e, ao final do experimento, os peixes foram coletados e eutanaziados para análise da composição proximal. Avaliou-se a sobrevivência, ganho de peso (GP), conversão alimentar aparente (CAA), taxa de crescimento específico (TCE), fator de condição (K), taxa de eficiência protéica (TEP), taxa de conversão econômica (CEc), índices víscerossomático (IVS) e hepatossomático (IHS). Não houve diferenças significativas (P > 0,05) para as variáveis físicas e químicas da água. Em nenhuma das variáveis de desempenho analisadas houve diferença estatística (p > 0,05). Houve diferença significativa (P < 0,05) para a CEc e para o conteúdo de umidade e lipídios dos peixes. A análise estatística (P > 0,05) dos índices hepatossomático e víscerossomático não mostrou diferenças significativas. O farelo de soja é um ingrediente de menor custo efetivo e de maior disponibilidade no mercado de alimentos do que a farinha de peixe. Por outro lado, o resultado do presente estudo indica que a substituição da farinha de peixe ao nível de 75% pelo farelo de soja não trás riscos à produção da espécie estudada Mugil platanus.

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