Alinca Peres da Fonseca (2011) Crescimento e reprodução do peixe anual Austrolebias wolterstorffi (Cyprinodontiformes: Rivulidae) em diferentes salinidades

Crescimento e reprodução do peixe anual Austrolebias wolterstorffi (Cyprinodontiformes: Rivulidae) em diferentes salinidades

Autor: Alinca Peres da Fonseca (Currículo Lattes)
Orientador: Dr Ricardo Berteaux Robaldo
Co-orientador: Dr Luís André Nassr de Sampaio

Resumo

A temperatura é um parâmetro que influencia na dinâmica de fatores bióticos, especialmente nos animais ectotérmicos. O ciclo de vida dos peixes anuais é afetado pela temperatura da água. Devido à fragilidade do habitat destes peixes à ações antrópicas, ameaça de extinção, importância dos mesmos como modelos biológicos e a lacuna no conhecimento da sua biologia, este trabalho tem como objetivo o estudo da influência da temperatura no crescimento e na reprodução de Austrolebias wolterstorffi. Logo após a eclosão foi dado início ao ensaio de crescimento em diferentes temperaturas, 16, 20, 24 e 28°C (todas com três repetições), com duração até os 67 dias de vida dos peixes. O presente trabalho evidenciou que a manutenção em 28°C é prejudicial ao crescimento de A. wolterstorffi no âmbito do período estudado Dentre as demais temperaturas testadas, foi verificado que a temperatura ótima para o crescimento diminui ao longo da vida, onde no inicio do ciclo, durante a fase juvenil, temperaturas mais elevadas (23,8° C) favorecem o crescimento, enquanto temperaturas intermediárias otimizam o crescimento de fêmeas (20,7°C) e machos (20,1°C) adultos. A temperatura ótima para o crescimento foi sempre ligeiramente inferior para os machos. O comprimento e o peso corporal demonstraram ser mais representativos na diferenciação do que a idade, pois os peixes com crescimento mais lento demoraram mais a diferenciar. Os machos crescem mais rápido que as fêmeas e, portanto, atingem a maturidade antes. Os ensaios de reprodução foram constituídos dos mesmos tratamentos do experimento de crescimento, porém as 12 UE foram dotadas de casais. Foram fornecidos ninhos para postura de ovos. De maneira geral, as fêmeas tratadas a 24°C apresentaram melhores resultados, pois além de manter o fator de condição (K) relativamente elevado, obtiveram altas taxas de fertilidade (FT) e fecundidade (FC). Dados registrados para K, FT, FC, índice gonadossomático e histologia dos testículos evidenciaram que o desempenho reprodutivo foi prejudicado na temperatura mais elevada. Portanto, os resultados do presente estudo sugerem que 24°C é a temperatura mais indicada para manter A. wolterstorffi durante todo o ciclo em cativeiro.

 

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