Janaína dos Santos Pedron (2017) Anestesia e transporte de juvenis de bijupirá Rachycentron canadum

Anestesia e transporte de juvenis de bijupirá Rachycentron canadum

Autor: Janaína dos Santos Pedron (Currículo Lattes)
Orientador: Dr Luís André Nassr de Sampaio

Resumo

O transporte é uma atividade importante em aquicultura, porém considerada uma das mais estressantes para peixes. Já os anestésicos são utilizados para reduzir as respostas de estresse. Assim, o presente trabalho objetivou avaliar técnicas para melhorar o transporte de juvenis de bijupirá, bem como verificar a eficácia de mentol, MS-222 e eugenol como anestésicos para bijupirá. As técnicas utilizadas para estudar o transporte foram avaliação de diferentes densidades de estocagem (15, 24 e 33 g L-1) com utilização de tampão (1 g NaHCO3 L-1) para manutenção do pH, combinação de diferentes salinidades e temperaturas (S12-T19, S30-T19, S12-T23 e S30-T23) e utilização do anestésico mentol (0, 2,5 e 5,5 mg L-1). Os anestésicos avaliados para práticas de manejo foram o MS-222 (60, 80, 100 e 120 mg L-1), o eugenol (20, 30, 40 e 50 mg L-1) e o mentol (35, 45 e 55 mg L-1). Para os experimentos de transporte foram utilizados bijupirás de ≈ 30 g. No primeiro experimento de transporte, o tampão bicarbonato de sódio foi eficaz em manter o pH da água acima de 7 nas diferentes densidades avaliadas, ocorrendo mortalidade (18,2 %) apenas na densidade 33 g L-1. No segundo experimento de transporte, a combinação entre a salinidade 12 g L-1 (ponto isosmótico) com a temperatura 19 °C foi eficiente para o transporte (densidade: 27 g L- 1), pois manteve alta a concentração de oxigênio e amenizou a resposta ao estresse. As mortalidades ocorreram apenas para as combinações S30-T19 (1,2 %) e S30-T23 (7,4 %). As mortalidades ocorridas nos experimentos de transporte foram atribuídas principalmente à hipóxia e à hipercapnia. O estudo do mentol no transporte utilizou as técnicas dos experimentos anteriores (1 g NaHCO3 L-1 + S12-T19), apesar de não ocorreram mortalidades (densidade: 26 g L-1), o mentol não foi eficaz em reduzir as respostas de estresse. Em relação à avaliação dos anestésicos, as concentrações 100 mg MS-222 L-1, 30 mg eugenol L-1 e 55 mg mentol L-1 foram as menores a induzir anestesia em juvenis de bijupirá (≈ 50 g), porém a mesma eficácia não se refletiu na redução de respostas secundárias de estresse, apesar de após 24 h da anestesia os peixes já terem retornado a suas condições normais. Assim, o tamponamento do pH juntamente com emprego de meio isosmótico e temperatura de ≈ 19°C, são condições recomendadas para transportar juvenis de bijupirá (≈ 30 g) a uma densidade de até 27 g L-1. As concentrações 100 mg MS-222 L-1, 30 mg eugenol L-1 e 55 mg mentol L-1 foram consideradas eficazes para induzir a anestesia em juvenis de bijupirá (≈ 50 g). O mentol não é recomendade pra o transporte de juvenis de bijupirá.

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