Manuel Cezar Macedo Barbosa Nogueira de Souza (2018) Plantas halófitas nativas do brasil: compostos fenólicos, pigmentos, atividade antioxidante e uso na alimentação de camarões marinhos (Litopenaeus vannamei Boone, 1931)

Plantas halófitas nativas do brasil: compostos fenólicos, pigmentos, atividade antioxidante e uso na alimentação de camarões marinhos (Litopenaeus vannamei Boone, 1931)

Autor: Manuel Cezar Macedo Barbosa Nogueira de Souza (Currículo Lattes)
Orientador: Dr Cesar Serra Bonifácio Costa
Co-orientador: Dra Eliana Badiale-Furlong

Resumo

O objetivo desta tese foi avaliar os efeitos da irrigação com água salina no crescimento, produtividade e composição química da biomassa de um grupo selecionado de seis halófitas brasileiras, além de testar suas capacidades antioxidantes e potenciais nutritivos na dieta do camarão marinho Litopenaeus vannamei. De forma a caracterizar a composição química das halófitas selecionadas, a extração de compostos fenólicos assistida por ultrassom foi otimizada (tempo de extração e poder ultrasônico) por planejamento composto central utilizando biomassa do aspargo marinho Salicornia neei cultivado com efluente de carcinicultura (capítulo I). As condições ótimas (315 W por 30 minutos), também aplicadas em outras halófitas, farelo de soja e arroz, resultaram num aumento de até 30% do conteúdo de compostos fenólicos extraídos. No Capítulo II foi verificado que os compostos fenólicos das halófitas apresentaram perfil de ácidos fenólicos e do flavonoide quercetina diversificado, mas todas as espécies apresentaram alta atividade antioxidante. Entretanto, algumas características inerentes às halófitas (como elevando conteúdo de metais) podem favorecer o comportamento pró-oxidante dos extratos das plantas. No Capítulo III foi determinado que dois novos genótipos (BTH1 e BTH2) de S. neei apresentaram alta tolerância ao estresse salino (até 769 mM NaCl) e distintas respostas cromáticas e de produção de metabólitos bioativos contra o estresse foto-oxidativo gerado pela salinidade. O genótipo BTH2 mostrou um maior desempenho, conteúdo (e diversidade) de ácidos fenólicos e capacidade antioxidante do que BTH1 quando produzidos no campo com efluentes de carcinicultura. O Capítulo IV mostra que a inserção da biomassa do genótipo BTH2 do aspargo marinho (S. neei) na ração de juvenis do L. vannamei não afeta a sobrevivência e o desempenho zootécnico dos animais. Adicionalmente, a inserção de até 30% de S. neei reduziu os níveis de peroxidação lipídica e alterou a coloração (tendendo ao vermelho e ao amarelo) da carne do camarão. No geral, as halófitas brasileiras estudadas apresentam um grande potencial para serem utilizadas na alimentação e em produtos à saúde de animais e homens. Este potencial foi particularmente demonstrado pelo genótipo BTH2 de S. neei, que demonstrou elevada produtividade com efluente salino de aquicultura.

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